Edifício Estado de Sergipe, "Um marco da nossa Cidade".


Para a época, uma construção corajosa, arrojada, imponente e audaciosa. Hoje com 31 anos de existência, o Edifício Estado de Sergipe, inaugurado no início de 1970 pelo Governador Dr. Lourival Baptista, continua imponente e atraindo as atenções pela sua exuberante estrutura em formato quadrado, exibindo seus 96 metros de altura, ainda ostentando o título do edifício mais alto já construído na cidade. O edifício foi idealizado pelo Governador que encarregou seu Superintendente de Obras Publicas, Dr.Paulo Barreto Menezes a desenvolver o projeto executado pela empresa de arquitetura Alvarez e Pontual de Salvador e construído pela construtora Noberto Odebreght, com 96 metros de altura, 28 pavimentos, 200 salas (8 por andar), sendo os primeiros andares ocupados pelo Banco do Estado de Sergipe e os demais pavimentos, ocupados por repartições públicas estaduais e federais. Durante os 3 primeiros anos de sua inauguração, o edifício ostentou o título do mais alto do Nordeste. Em 1973 a construtora Andrade Mendonça construiu um edifício com 29 andares no estado da Bahia, superando seu recorde em altura, mas até hoje, não perdeu o título do prédio mais alto do Estado e da cidade. Sua base possui formato quadrado do térreo ao mezanino, e sobre esta base, nasce outro quadrado menor, dando formato ao espigão. Sua estrutura continua chamando a atenção de alguns especialistas, por admirar sua arrojada construção. O Edifício representa o centro de operações administrativas do estado, abrigando várias repartições públicas estadual e federal, empregando cerca de 765 pessoas que trabalham diariamente além de uma população flutuante em torno de 1800 pessoas que entram e saem a serviço de outras repartições. O edifício por sua exuberante altura, tem cedido sua torre para o Corpo de Bombeiros usar no aperfeiçoamento dos treinamentos e exibições de exercícios de salvar vidas em altura. Hoje, evidentemente precisa de algumas reformas para continuar brilhando como antes. Atualmente, em seus 28 andares abrigam 10 secretarias do estado, o Banco BANESE, ASES, Advocacia  Geral da União, Sergiportos, Educação, EMSETUR, IPHAN, SUDENE, Fazenda e SAEC/PR. Possui 5 elevadores, 3 servindo ao Edifício com capacidade para transportar 16 pessoas e 2 com capacidade para 8 pessoas que serve ao Banco do Estado de Sergipe (BANESE. Em 1985 o Edifício ganhou um sistema moderno contra incêndio com pontos de jato d'água espalhados em todas dependências, portas a prova de fogo, alarme para evacuação mais rápida e segura das pessoas a serviço, hidrantes por toda sua redondeza, painéis elétricos com células capazes de identificar incêndio no local exato e também fica no Edifício uma brigada de incêndio composta por 7 integrantes do Corpo de Bombeiros. Quanto à conservação, sua administração tem projetos para modernização dos elevadores, troca da rede hidráulica, reforma da portaria e colocação de catracas elétricas.

Como nasceu o edifício
Em meados de 1967, o então Governador do Estado, Dr. Lourival Baptista, desejava concentrar suas secretarias de Estado num só local, com intenção de reduzir o número de imóveis ocupados pelas repartições espalhadas na cidade, para exercer um melhor controle administrativo. Naquela ocasião, havia um terreno próximo ao Palácio que pertenceu a uma instituição e logo foi incorporado ao patrimônio do Estado. O Governador se reuniu com seu superintendente de obras na época, Dr. Paulo Barreto Menezes, e lhe deu a incumbência de providenciar o projeto de arquitetura de um edifício de 12 pavimentos, onde passaria a funcionar o Banese,a Comase, o Ipes, as Secretarias e no último andar, o gabinete oficial do Governador. Concluiu a reunião dizendo que gostaria de inaugurar o edifício em 12 meses. Sem perda de tempo, o Superintendente viajou para Bahia ao encontro da firma Alvarez e Pontual, acertou os detalhes do projeto e do prazo da edificação com apenas 12 andares, e retornou. Um mês depois, os arquitetos vieram à Aracaju apresentar o projeto ao Dr. Paulo e trouxeram uma maquete pronta. Mas ao invés dos 12 andares como foi acertado pelo Dr. Paulo, a maquete apresentava um edifício com 25 andares. O Superintendente levou o projeto e a maquete para apreciação do Governador. Este ficou entusiasmado com sua beleza e aprovou o projeto, que conforme disse o arquiteto, esse edifício passaria a ser o "marco da cidade". Na licitação, a Construtora Norberto Odebreght ganhou a concorrência para construir o edifício em 24 meses e iniciou as obras a todo vapor. Passando alguns meses com a obra em andamento, o Governador convocou seu Superintendente de Obras e perguntou se a estrutura suportaria mais 5 andares. O Dr. Paulo procurou saber com o engenheiro responsável pela obra e este lhe disse que 5 seriam muito, mas 3 suportariam com segurança. Então foi concluído com 28 andares. No início de março de 1970, o monumental edifício estava sendo inaugurado por seu Governador e equipe, imprensa e convidados. Depois da inauguração o nobre Governador renunciou seu mandato para candidatar-se ao Senado, saiu vitorioso e viajou para Brasília, onde representou o Estado de Sergipe durante 24 anos.

Fatos curiosos da historia do Edifício
O Jornalista, Dr. Orlando Dantas, amigo do Governador e dono do Jornal Gazeta, falava e escrevia muito sobre o edifício e sua altura,quando num momento de descontração, o Jornalista perguntou para o Governador para que construir um edifício com 25 andares? O Senhor quer ver a cidade de São Cristóvão? Mas tarde o Jornalista se surpreendeu ao saber que o Governador mandou aumentar para 28 andares. Então, ironicamente, o governador respondeu ao seu amigo jornalista, que mandou construir mais 3 andares, para vê-lo passeando em sua usina na cidade de Capela. Outro fato mais curioso, foi que relativamente à altura, morava na cidade a mulher mais alta do Nordeste, a Sra. Maria Feliciana. Por causa dessa relação de altura, o Edifício Estado de Sergipe, tornou-se popularmente conhecido como "Maria Feliciana" em homenagem à mulher mais alta do Nordeste. Esse apelido foi ganhando fama a ponto de trocar a identidade do prédio, pois o povo passou a marcar encontro no edifício "Maria Feliciana". Por um lado o Edifício fazia sucesso pela sua imponente arquitetura, por outro lado, a Sra. Maria Feliciana conquistava a cidade pela sua beleza de mulher com seus 2 metros e 20 centímetros de altura.

Helen Sandes da Cruz

Fonte: Personagens da época